No documento “Media and information literacy curriculum for teachers” (tradução em português), a Unesco fez uma tentativa de esclarecer o que significa o termo letramento midiático

Vamos analisar esta matriz curricular com calma. Para seis áreas de interesse do professor o diagrama explicita o que quer dizer competência no uso, avaliação e criação de mídia. Os três componentes de uma competência (as colunas) são : conhecimento (conhecer a existência de mídias e informação, saber onde achar), avaliação (saber diferenciar qualidade ou confiabilidade mídia e fontes de informação) e a produção (a capacidade de re-usar ou criar informação e conteúdos). Das 6 áreas, para fins deste curso vamos focar sobretudo nas competências em mídia e informação (ou TICs em geral) aplicado a Pedagogia (processos de aprendizagem) e a produção de material didático.
Um fracasso de Letramento Midiático?
Após a eleição de Trump, as pesquisadora de novas mídias danah boyd escreveu um texto interessante.
O viés de Google e outros algoritmos
Obtemos muitas informações hoje em dia via algoritmos, ao vez de via intermediários humanos. Os resultados de uma busca no Google é um exemplo. Facebook escolha os posts que vê no seu timeline via um algoritmo (muitas pessoas não sabem, mas Facebook não mostra todos os posts que seus contatos ou páginas que deu “like” compartilharam).
Seria um erro pensar que por ser gerado por algoritmo estes resultados seriam “objetivos” ou mais confiáveis em princípio que um humano poderia gerar.
Um exemplo interessante é o do tradutor automático do Google, que funciona muito bem (veja um artigo explicando a engenharia por trás) mas que reflete os vieses da sociedade. Veja a tradução de quatro frases em inglês:
Como vê, a expressão neutra “a nurse” foi traduzido para o feminino “a enfermeira” mas “a doctor”, igualmente neutro, foi traduzido para “um médico”.